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Soja (Cbot) : --
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MERCADOS NA ÁSIA: A Evergrande falhou novamente

Por: Eduardo Vanin
Artigo, Grãos
Publicado em: 30/09/2021 07:54

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Destaques:

  • SOJA (CBOT) +1.00 @ 1284.75 ¢/bu
  • ÓLEO DE SOJA (CBOT) +0.50 @ 58.28 ¢/lb
  • MILHO (CBOT) +2.00 @ 541.00 ¢/bu
  • ALGODÃO (NY) +1.54 @ 103.48 ¢/lb
  • FARELO (Dalian) -3.00 @ 3628.00 CNY/ton
  • ÓLEO DE SOJA (Dalian) +290.00 @ 9660.00 CNY/ton
  • MILHO (Dalian) +36.00 @ 2517.00 CNY/ton
  • SUÍNO VIVO (Dalian) -0.04% @ 13930 CNY/ton
  • MILHO (Esalq) +0.03 @ 91.45 R$/saca
  • IDX +0.13% @ 94.47
  • COMMODITIES +0.28% @ 99.87
  • PETRÓLEO -0.20% @ 74.68 USD/barril
  • MINÉRIO DE FERRO (Dalian) +5.15% @ 728.00 

COMENTÁRIOS DA MANHÃ

A mega endividada construtora chinesa deixou os investidores estrangeiros novamente na mão. A Evergrande não pagou os $43 milhões em juros sobre seus bonds de 2024, somando agora quase $130 milhões de juros não pagos. A empresa ainda tem 30 dias para fazer o pagamento antes do default. O legal é que assuntos sobre a empresa na China estão sendo banidos dos aplicativos de bate-papo. Parece que a diretriz da empresa é clara, irá priorizar a entrega dos imóveis já vendidos.

Ainda em relação à China, a falta de energia elétrica está cada vez mais dramática, principalmente nas províncias ao norte do país, mais dependentes da geração de energia através da queima de carvão. Empresas estão queimando diesel como solução temporária. A pergunta para nós é se esse cenário já estaria afetando o esmagamento? Parece que sim. Como eu gosto de falar, os basis não mentem.

Os basis do farelo no spot nas principais regiões produtoras na China estão nas máximas, entre $50 a $60 por tonelada curta, o que indica uma clara falta de produto. Se suinocultores já estavam sofrendo com os preços ultra baixos da carne, agora terão que pagar um farelo bem caro, se conseguirem comprar. A indústria de peixe de cativeiro também está em apuros, pois também não está conseguindo comprar farelo, o que já está puxando os preços da carpa para novas máximas. Com a falta de energia, fico pensando como será a secagem e armazenagem do milho esse ano na China.

Agora falando do algodão, esse não para de bater máximas na China, puxando NY na carona. O motivo também é a falta de energia. As beneficiadoras de algodão também estão com falta de energia no norte do país, o que está forçando as tecelagens a comprar mais algodão importado. A China acelerou as compras de algodão americano nas últimas semanas. Tecnicamente o algodão em NY rompeu resistências importantes, acelerando o movimento.

Que combinação, energia cara, inflação global fora de controle, gente que não quer se vacinar, o modelo de crescimento da economia chinesa em xeque e o FED prestes a dar início à retirada de seu arsenal. Como resultado, as taxas de juros de longo prazo nos EUA, Reino Unido e Alemanha subiram bem nos últimos dias, atingindo principalmente empresas de tecnologia – os rendimentos se movem na direção oposta aos preços. Investidores estão precificando a 1ª alta de juros nos EUA já em 2022. Como resultado, a demanda nos leilões de títulos públicos americanos com vencimento de 5 e 7 anos nessa semana foi a menor desde 2018 – investidores querem rendimentos maiores. Não sei se você lembra, mas escrevemos sobre o fim da farra do dinheiro barato na semana passada. Além de tudo isso, corre por fora o impasse nos EUA em relação à elevação do teto de endividamento. Se o teto não for elevado o governo americano entrará em shutdown por falta de dinheiro. Em 2013 vimos isso ocorrer. Lembro que não tivemos o relatório do USDA de O&D de outubro.

Saiba mais em Artigo: A farra do dinheiro barato está perto do fim 

Flashback da última 4ª-feira: Agora os investidores se voltam ao FED. Em seu comunicado divulgado ontem à tarde, o BC americano jogou toda a culpa no Covid, ou melhor, na teimosia do povo americano que não quer se vacinar. Powell deixou claro que se não fosse a perda de ritmo da economia por conta da nova onda letal do Covid, o FED provavelmente já teria iniciado o tapering em setembro, ou mais tardar em novembro. No entanto, o que fica claro é que a inflação bateu à porta do FED e agora a autoridade monetária se mostra muito mais preocupada com a possibilidade de estar atrás da curva – esquece dólar fraco. Daqui para frente, o dado mais importante é o avanço das vacinações nos EUA.

E para a CBOT a grande discussão do momento é o plantio 2022-23 e os custos de produção, em especial os fertilizantes. Com a continuidade do rally do KCL e os nitrogenados não se sabe se a área de trigo de inverno será menor ou mesmo se o produtor americano plantará mais soja e menos milho. Esse será o grande debate a partir de fevereiro.

Saiba mais em Custo de produção nos EUA (Soja Milho Trigo)    

Enquanto isso no Brasil, dois destaques: 1) plantio acelerado da soja no MT – teremos muita soja em janeiro e; 2) voltamos a vender milho na exportação. Em relação ao item 1, o Brasil vai garantindo ampla vantagem em relação à soja americana, o que não é positivo para a CBOT. Produtores estão vendendo, pressionado os prêmios – recuaram todos os dias nos últimos 5 dias – ontem deu uma respirada. Em relação ao item 2, você deve imaginar o que vou falar... esse milho que está saindo vai fazer falta. A combinação do apagão logístico nos EUA, a alta do trigo no Mar Negro e o baixo calado na Argentina acabaram puxando os prêmios de nossos concorrentes, colocando novamente o milho nacional no páreo. Mas somente isso não seria suficiente para fechar o gap de R$ 15,00 por saca entre o mercado interno e a PPE. O que mais aconteceu? A reposta é a soma da queda do custo logístico e a super inclinação da curva de juros no Brasil, o que impacta diretamente na rolagem mensal do câmbio – só para você ter uma ideia, a rolagem de um mês para outro estava em menos de 1 centavo de real por dólar há um ano, passando para quase 4 centavos nesse momento. Isso quer dizer que há um ano, o câmbio para 12 meses era o spot + 10/11 centavos. Já nesse momento, é o câmbio spot mais quase 50 centavos. Depois dessa, fecha conta e passa a régua.

Saiba mais em Prévia do milho: O Brasil voltou a vender na exportação 

Bom dia e bons negócios.


Conteúdo: soja, milho
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