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O Escritório Federal de Estatística da Alemanha divulgou nessa manhã os dados de variação do preço de produtos importados pelo país germânico, referente a agosto desse ano. Nesse período foi registrado alta mensal de 1,4%. Já a variação em relação ao mesmo mês de 2020 (anual) foi de 16,5%, a mais alta naquele país desde setembro de 1981, ou seja, em 40 anos.
ENERGIA DISPARA
E o grande vilão para essa forte pressão no preço dos itens importados na Alemanha foi a energia, que registrou forte alta mensal de 5%. Já na comparação com o mesmo mês de 2020, o custo da energia disparou 93,6%. E entre os componentes de energia, o gás natural trouxe o maior impacto, com forte alta de 18,1% em relação a julho e incríveis 177,5% na variação anual.
Buscando cumprir o acordo de Paris, que prevê emissão zero de carbono até 2050, a Europa vem buscando estimular a produção de energia eólica e solar e a tributar a produção de gás natural na região. Isso trouxe uma forte queda de oferta de gás natural no velho continente ao longo dos últimos anos.
Porém, o verão desse ano na Europa teve temperatura acima do normal, o que trouxe redução de ventos e, consequentemente, menor produção de energia eólica. E com temperaturas mais altas, o uso de ar condicionado aumentou. Ou seja, tivemos um choque de oferta e aumento da demanda, causando a tempestade perfeita sobre o custo da energia.
Com menor oferta de energia eólica, a Europa teve que demandar mais gás natural, o que ajudou a levar o preço dessa commodity para máxima histórica na região. E isso já se reflete na inflação dos países europeus, como esse divulgado hoje pela Alemanha.
E a alta do preço do gás natural acabou puxando também outras commodities que são utilizadas para geração de energia, como carvão e petróleo. O carvão duro registrou alta mensal de 17,6% e de 117,7% na variação anual. Já o petróleo registrou alta de 63,6% na comparação com mesmo mês de 2020.
Se excluirmos o item energia da inflação de importados na Alemanha, a alta seria bem mais branda, de 9,8%.
MINÉRIO DE FERRO AINDA PRESSIONA INFLAÇÃO, MAS ESTÁ EM TRAJETÓRIA DESCEDENTE
Além da alta do preço da energia, também chama a atenção a forte alta de 96,8% do custo de importação do minério de ferro na variação anual. Já no mês registrou queda de 4,2%. E a queda mensal deverá continuar em setembro, diante da derrocada do preço no mercado internacional.
Ou seja, essa pressão anual deverá ter forte desaceleração no curto prazo, ao contrário da energia, que deverá seguir acelerando.
SUÍNOS É DESTAQUE DE QUEDA
Trazendo pressão deflacionária, o preço do porco vivo registrou forte queda de 13% na variação mensal e de 20,9% na comparação anual.
Derrocada do preço da carne suína na China, diante do aumento de oferta dessa proteína animal no gigante asiático, traz pressão baixista ao preço do porco ao redor do globo e na Alemanha não foi diferente.