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MERCADOS NA ÁSIA: O trigo barato “já era”

Por: Eduardo Vanin
Artigo, Grãos
Publicado em: 16/09/2021 07:49

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Destaques:

  • SOJA (CBOT) +3.50 @ 1298.00 ¢/bu
  • ÓLEO DE SOJA (CBOT) -0.35 @ 57.96 ¢/lb
  • MILHO (CBOT) +1.00 @ 534.50 ¢/bu
  • ALGODÃO (NY) -0.18 @ 93.19 ¢/lb
  • FARELO (Dalian) +44.00 @ 3822.00 CNY/ton
  • ÓLEO DE SOJA (Dalian) +138.00 @ 9588.00 CNY/ton
  • MILHO (Dalian) -32.00 @ 2441.00 CNY/ton
  • SUÍNO VIVO (Dalian) +0.50% @ 12970 CNY/ton
  • MILHO (Esalq) -0.17 @ 93.43 R$/saca
  • IDX +0.24% @ 92.75
  • COMMODITIES -0.68% @ 98.91
  • PETRÓLEO -0.12% @ 72.52 USD/barril
  • MINÉRIO DE FERRO (Dalian) -6.03% @ 720.50

COMENTÁRIOS DA MANHÃ

Bolsas na Europa em alta e na Ásia para baixo. O índice acionário chinês, o CSI300, em queda de 1,22%, dando sequência ao seu movimento de queda de mais de duas semanas. Investidores de olho no mamute da construção civil chinês, a Evergrande. A empresas teve seus bonds negociados em Hong Kong “congelados” por conta da forte queda de seu valor de face. A confiança do investidor na empresa está nos calcanhares. A empresa possui passivos na ordem de $300 bilhões, maior que o PIB do Chile, sendo que sua capacidade de levantar dinheiro novo está pior a cada dia. A quebra da empresa pode provocar uma avalanche de outros problemas, puxando junto credores e prestadores de serviço. Com isso, o minério de ferro na China continua caindo.

Saiba mais em Gráfico do dia: O mercado imobiliário na China não está bem 

Assim foi a 4ª-feira, o trigo puxou o milho e o óleo de soja puxou a soja. Os preços ainda estão refletindo os ajustes da StasCan, departamento de agricultura do Canadá. Na 3ª-feira o StatCan reduziu mais uma vez seus números de produção de trigo, canola e cevada, números que deverão ser absorvidos pelos USDA em seu relatório de O&D de outubro. Para o trigo, a redução de produção do 1º, 2º e 3º maiores exportadores globais, nessa ordem, a Rússia, os EUA e o Canadá, pegou compradores de “calças curtas”. Arábia Saudita, Egito, Turquia, entre outros grandes importadores continuam correndo atrás do prejuízo, tentando garantir suprimento – a primavera Árabe ainda está na memória de muitos. Temos que lembrar que ditadores e regimes autoritários fazem sentido quando os mesmos trazem a sensação para a população de que aquela situação em que vivem está trazendo alguma vantagem, seja saúde e educação baratas ou alimentação e moradia subsidiados. No entanto, quando essas bases são erodidas a reação é uma questão de tempo. Não é à toa que muitos países com regimes ditatoriais no Norte da África, Oriente Médio e Ásia têm extrema preocupação com níveis mínimos de estoques de trigo, arroz e outros itens básicos. Por isso que a alta do trigo ou arroz sempre são acompanhados de muitos alardes por parte da FAO e outras entidades.

Saiba mais sobre os números do Canadá em Alerta Impacto: Menos óleos e cereais 

O trigo na Rússia subiu mais $5 por tonelada ontem, puxando os futuros na Euronext, o que acabou puxando os futuros na CBOT. Aqui cabe uma reflexão para 2022-23. Com os atuais custos de produção, principalmente sementes e nitrogenados, faz muito mais sentido para o produtor americano aumentar a área de trigo de inverno, seguido de soja no Norte dos EUA, em detrimento ao milho. É exatamente isso que o mercado está trabalhando. O futuro Z22 do trigo está subindo mais em relação ao milho Z22 – o spread está em $2,1 a favor do trigo, quando o spread em tempos normais gira em torno de $1,50.

Não se esqueça que a área de milho no Norte, Dakotas e Minnesota, aumentou mais de 1,5 milhão de acres na atual temporada, crescimento que se tornaria em redução para 2022-23. Mas essa novela ainda está sendo filmada. Por enquanto, o que interessa é que o trigo está caro no Mar Negro, puxando o milho na Ucrânia. Hoje o comprador de milho tem poucas alternativas pelos próximos três meses, tendo em vista as poucas ofertas na Ucrânia, o trigo e cevada em alta, o apagão logístico nos EUA, a tremenda quebra no Brasil e o calado na Argentina em níveis historicamente muito baixos.

A China cancelou soja nos EUA. Segundo o USDA 328 mil toneladas. Na verdade, esse reporte poderia ser reescrito assim: exportadores trocaram a origem da soja CNF China dos EUA para o Brasil, troca que o comprador chinês ficaria muito feliz em fazer, tendo em vista o diferencial de qualidade. Apostaria muito mais em uma substituição do que em um cancelamento, uma vez que a China logo logo ficará sem soja para seu processamento. No entanto, o efeito prático para os EUA é a redução do potencial de exportação, o que é negativo no tempo para a CBOT.

Saiba mais em Agrochina: A China continua comprando soja no Brasil. Impactos à cadeia 

Só para você ter uma ideia do tamanho do desafio, atualmente a diferença entre o nível das ofertas que vêm dos EUA CNF China para dezembro e as ofertas do Brasil para janeiro está em mais de $1 por bushel, isso quer dizer que os prêmios no FOB Golfo deveriam cair $1 por bushel, movimento que eu considero muito improvável. No final das contas, salvo uma quebra no Brasil, os produtores americanos carregarão esse volume não vendido para a próxima safra.

E na China as margens seguem nada emocionantes. O apagão logístico nos EUA só atrapalhou a vida das processadoras, as quais esperavam fazer alguma gordura em termos de margens nesse momento, revertendo cinco meses de resultados negativos. No entanto, ao comprar soja na América do Sul 50 centavos por bushel mais cara em relação à americana, a margem foi-se. Hoje os traders na China já estão assumindo um programa de esmagamento menor, o que se converterá em menor volume de soja importada. Importante acompanhar o resultado dos leilões de soja dessa semana. A Sinograin já vendeu 100% dos dois lotes de 300 mil toneladas ofertados nesse mês, o que só mostra a baixa cobertura das processadoras locais.

O óleo de palma segue firme, dando sustentação aos futuros do óleo em Dalian. Novamente a preocupação fica por conta da falta de gente para a colheita diária na Malásia. O governo continua mantendo restrições a entrada de trabalhadores dos países vizinhos. A alta dos óleos na Ásia acaba potencializando os efeitos da redução da produção de canola no Canadá, maior exportador de canola em grão para China. Do lado da demanda, a Índia irá reduzir a tarifa de importação sobre os óleos. Na Argentina o processamento de soja caiu em relação a junho. No Brasil, a soja muito cara é um desincentivo ao processamento, levando os prêmios do farelo e do óleo para as máximas do ano.

Grande abraço e bons negócios!


Conteúdo: soja, milho, trigo
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