Dolár Comercial : --
Soja (Cbot) : --
Milho (B3) : --
Algodão (NY) : --
Prêmio Soja Paranaguá : --
Prêmio Milho Santos : --
Petróleo : --
Soja Paranaguá : --
Milho Paranaguá : --
Soja Santos : --
Milho Santos : --
Notícia mais visualizada

Notícia mais comentada

Notícia mais compartilhada

Notícia mais relevante

📊 Gráfico do Dia: Azedume, Chilique e Confusão mental

Por: Eduardo Vanin
Gráfico, Macro
Publicado em: 19/07/2021 10:21

Icone Icone Icone Icone

A semana começa bastante negativa para o preço dos ativos de risco, com perdas generalizadas para as commodities e mercado acionário e ganhos para do dólar ao redor do globo.

Esse grande azedume é decorrência de três fatores: derrocada do preço do petróleo, avanço da variante Delta e Fed contra parede.


OPEP+ FAZ ACORDO PARA AUMENTAR OFERTA DE PETRÓLEO

Após falta de consenso na reunião mensal no início do mês, finalmente a Opep+ conseguiu chegar há um acordo e elevar sua produção de petróleo em 400 mil barris por dia, a partir de agosto desse ano. O acordo tem validade até final de 2022.

O Emirados Árabes Unidos era o país contrário a esse aumento de oferta, o que travou as negociações. Na visão desse país, a retirada dos embargos econômicos contra o Irã, irá trazer aumento de disponibilidade de petróleo ao mundo e, por isso, não haveria necessidade desse aumento dos demais países.

Porém, a grande pressão do mercado com relação a puxada do preço recente do petróleo, aliado a disparada da inflação global, forçou esse acordo entre os países produtores da commodity mineral.

E como reflexo desse aumento de oferta, o preço do petróleo desaba 5,7%, voltando abaixo de US$ 70 o barril na bolsa de Nova York.


VARIANTE DELTA DA COVID AVANÇA NA ÁSIA

Outro evento que preocupa o mercado é o avanço da variante Delta do coronavírus na Ásia, que já começa a trazer de volta medidas de lockdown nos países desse continente. E isso traz preocupação que possa atrapalhar a recuperação econômica do mundo.

Ademais, com a paralisação das atividades, a oferta de bens e serviços deve frear sua frágil recuperação, trazendo pressão inflacionária diante da escassez de produção. Portanto, além do impacto negativo sobre a atividade econômica global, traz pressão de alta do preço de bens e serviços diante da restrição de oferta.

Se esse quadro se agravar, poderíamos ver um quadro de estagflação (inflação alta e estagnação econômica), que é um cenário muito negativo para ativos de risco caso venha se concretizar. E diante desse risco, os investidores migram fortemente dos ativos de risco para os títulos do tesouro dos EUA, que é considerado o papel mais seguro do mundo.

E esse movimento pressiona para baixo o rendimento desses papéis. Vale lembrar, que há uma relação inversamente proporcional para esses títulos. Quando aumenta a demanda por esses papéis há uma queda no rendimento. E quando reduz a demanda, o rendimento sobe. Hoje, os títulos de 10 anos batem a mínima desde fevereiro desse ano, sinalizando grande apetite do mercado por esse tipo de investimento (“fly to quality”).


FED NUMA ENCRUZILHADA

E como se desgraça pouco fosse bobagem, temos ainda o embate entre o mercado e o Fed (BC americano). Os investidores temem que a autoridade monetária da maior economia do mundo esteja atrás da curva, ao manter uma política monetária ultra expansionista, enquanto a inflação atinge a máxima em 30 anos.

Mercado sinaliza que o Fed deverá antecipar o movimento de retirada de estímulos monetários afim de conter a inflação. Mas na outra ponta, temos um mercado de trabalho ainda fragilizado pela pandemia, com um acumulado de 6,8 milhões de postos de trabalho perdidos desde março do ano passado.

E dessa forma, o Fed se encontra num clássico trade-off, no qual terá que escolher entre manter os estímulos monetários para trazer o mercado de trabalho para o pleno emprego e correr risco de perder a mão na inflação. Ou retirar os estímulos para controlar a inflação, mas prejudicar a recuperação do mercado de trabalho.

Por enquanto, o Fed sinaliza busca pelo pleno emprego, mas as recentes falas dos seus dirigentes, já não mostram mais a mesma convicção de um mês atrás. E isso gera incerteza ao mercado. E quando os investidores perdem a previsibilidade, acabam buscando ativos seguros, como o dólar, como visto na sessão de hoje.

Portanto, a volta das incertezas globais pressiona os ativos do risco e deixa os investidores “perdidos”.


GRÁFICO DO DIA
Conteúdo: petróleo
Não há comentários para exibir