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Após a forte derrocada do preço do petróleo em 2020, por conta da pandemia, quando chegou a ser cotado a quase -US$ 40 o barril (abril/20), o preço dessa commodity mineral vem subindo sem parar.
E nessa escalada de alta do preço, atinge hoje o maior nível desde outubro de 2018, cotado a US$ 75,90 o barril. E o que estaria por trás dessa disparada no preço?
São três fatores que justificam esse movimento: falta de acordo da Opep+ para reduzir corte da produção, retomada lenta da produção nos EUA (xisto) e avanço da vacinação no mundo, estimulando a demanda.
Na última sexta-feira, membros da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) fizeram sua reunião mensal para discutir uma redução no corte da produção dos países membros, porém não chegaram há um acordo. E por conta disso, se encontraram novamente no sábado e ontem. Entretanto, seguiram sem consenso, com o Emirados Árabes Unidos (EAU) refutando a ideia de aumentar a produção, enquanto Arábia Saudita e Rússia são favoráveis a elevar a oferta do produto.
Na visão do governo dos Emirados Árabes Unidos, o Irã conseguirá em breve reduzir suas barreiras econômicas e voltará a poder exportar petróleo para todos os países ao redor do globo. E com isso, não haveria necessidade de aumento de oferta pelos demais países da Opep+.
E enquanto a expectativa dos EAU não se concretiza, o mundo sofre com pouca oferta dessa commodity e o preço segue em alta. Como comparativo, antes da pandemia, os países da Opep+ produziam 42 milhões de barris por dia. Atualmente, esse número é de 36,7 milhões, queda de 12,6%.
Outro ponto que impacta negativamente é a retomada lenta de produção de petróleo à base de xisto nos EUA. Com a derrocada do preço após início da pandemia, muitos produtores foram a falência, o que acaba inibindo crédito bancário atualmente para quem quer produzir.
Outro ponto é a falta de mão-de-obra para perfuração, já que as empresas que forneciam insumos como transportes de areias também foram à bancarrota junto com os produtores.
Diante desse quadro, há apenas um avanço de 4 poços de xisto sendo perfurados por semana nos EUA atualmente. Antes da pandemia, crescia 8 por semana. E isso provocou uma redução na oferta de petróleo na terra do tio Sam. Antes da pandemia, a maior economia do mundo produzia 13 milhões de barris por dia. E atualmente, essa oferta é de 11,1 milhões, queda de 14,6%.
Portanto, queda de produção da Opep+ e EUA pesam como fatores altistas no lado da oferta.
E no lado da demanda, com o avanço da vacinação ao redor do globo, em especial, nos países desenvolvidos, a demanda também vem crescendo, trazendo mais um componente de alta para o preço. O consumo também é impactado pelo início do verão no hemisfério Norte, época de maior demanda por combustível na região.
Ou seja, temos um quadro perfeito para alta dos preços, com oferta reduzida e demanda em alta. Como consequência desse aperto no quadro de oferta e demanda, o preço caminha rapidamente para buscar US$ 80 o barril.
IMPACTOS NO MERCADO
Essa disparada recente no preço é mais um fator de preocupação inflacionária no mundo, pois a alta contínua no preço do petróleo impacta toda a cadeia econômica, gerando uma espiral inflacionária. E isso pode trazer uma antecipação do processo de alta de juros nos países desenvolvidos, que já vem convivendo com inflação acima do desejável.
E inflação em alta significa menor poder compra da população, o que pode prejudicar o ritmo de recuperação da economia global. Por isso, o mercado fica atento ao movimento do petróleo e torce desesperadamente que haja um acordo da Opep+ para que os preços parem de subir e não impacte negativamente o ritmo de crescimento econômico do mundo.
VÍDEO GRÁFICO DO DIA
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